Tá tudo bem mudar de ideia (inclusive sobre você mesmo)

A gente cresce ouvindo que precisa ser “coerente”. Que mudar de ideia é sinal de fraqueza, de indecisão, de alguém que não sabe o que quer da vida. Só que, na real, a vida é feita de reviravoltas. E se tem algo que faz parte de evoluir é se permitir mudar de opinião, de rumo e até de versão de si mesmo.

O que você queria aos 15 não precisa ser o mesmo que deseja aos 25, muito menos aos 40. A camiseta que você jurava nunca usar pode virar sua favorita. A profissão dos sonhos pode deixar de ser tão sonho assim. A amizade que parecia eterna pode se perder no caminho. E nada disso faz de você uma pessoa incoerente. Pelo contrário: mostra que você está em movimento.

Mudar de ideia não é sinal de fraqueza, é sinal de coragem. Porque exige assumir que o que funcionava ontem talvez não sirva mais hoje. É reconhecer que você aprendeu coisas novas, passou por situações diferentes e já não enxerga o mundo, nem a si mesmo, da mesma forma.

Inclusive sobre você mesmo: pode ser que aquela versão que você tanto defendeu já não represente quem você é. E tá tudo bem. Você não precisa ser fiel a uma ideia só porque ela foi sua em algum momento. É saudável desapegar do que não cabe mais.

O que não dá é viver preso a uma ideia antiga só para sustentar uma imagem que não existe mais. Coerência não é ficar parado, é ter coragem de ser verdadeiro com quem você é agora.

No fim, mudar de ideia é só mais um jeito de continuar sendo você... só que atualizado.