Seu coração pulsa uma correnteza?

Já parou pra pensar no ritmo do seu coração? Não no sentido biológico, mas na dança que ele faz quando algo mexe com você. Às vezes, ele bate suave, como quem flutua num rio tranquilo. Outras vezes, ele é uma correnteza, forte, urgente, como se quisesse engolir o mundo todo de uma só vez.

É doido pensar que o coração tem vontades próprias, né? Tem dias que ele é silêncio, outros, tempestade. Ele pulsa com tudo que a gente sente, tudo que a gente sonha e tudo que a gente guarda. Ele carrega dentro de si essa correnteza que, às vezes, nos faz perder o controle e nos joga onde a gente menos espera. E tá tudo bem. Porque quem disse que a gente precisa ter controle o tempo todo?

Sabe quando você sente que algo te puxa com força? Quando a vida te coloca diante de uma situação que você não sabe muito bem lidar, mas que faz seu peito vibrar? Isso é a correnteza do coração te jogando pra frente. É a sua alma, cansada de ficar parada, que resolve seguir o fluxo, enfrentar as ondas e se permitir. A gente fica querendo frear o que sente, tentando domar as emoções como quem segura o leme de um barco no meio de uma tempestade. Mas e se, de vez em quando, a gente deixasse a correnteza levar?

Quantas vezes a gente tenta se conter, evitar se jogar de cabeça nas coisas por medo de se machucar? A vida tem dessas: nos ensina a ter medo do que pulsa forte. A gente prefere o rio calmo, previsível. Mas o que seria de nós sem as correntezas? Sem aquele momento em que tudo sai do controle e a gente se perde pra se encontrar depois? O coração é sábio, ele sabe o caminho, mesmo quando parece que a gente tá à deriva.

A vida, afinal, é sobre se permitir ser levado pelas emoções, pelos desejos e pelas paixões. Não dá pra controlar o que faz o coração bater mais forte. A correnteza que te move é a mesma que te ensina a ser mais você, a viver sem medo, sem rédeas. E se às vezes ela te deixa sem fôlego, é só porque te lembra que viver é também se permitir fluir com a força do que se sente.

Então, na próxima vez que seu coração acelerar, que seu peito vibrar como se estivesse numa correnteza, deixa levar. Vai com o fluxo, segue o curso, sente cada curva, cada onda. No fim, a gente sempre encontra um novo porto. E é ali, nesse vai e vem das águas da vida, que a gente descobre o verdadeiro pulsar do nosso coração.

Deixa seu coração ser correnteza.