Quem é você quando não está trabalhando?
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- 29 de abr.
- 1 min de leitura
Já tentou se apresentar sem falar o que você faz da vida?
Sem dizer onde trabalha, qual cargo ocupa, o que estuda ou qual negócio tem?
Não é tão simples quanto parece.
A gente virou um currículo ambulante. Um "Oi, tudo bem?" que já vem seguido de um "E aí, o que você faz?".
E aí a gente responde no automático: "sou designer", "sou advogado", "sou empreendedora", "faço medicina"... e pronto.
Estamos classificados, rotulados, colocados em caixinhas.
Só que tem uma hora que a alma pede socorro.
Porque ser não é fazer.
E a gente esquece.
Quem é você quando não tá respondendo e-mail?
Quando não tá em reunião, entregando demanda, estudando pra prova?
Quem é você quando desliga o celular e vai viver?
(e, aliás, você tem conseguido viver mesmo?)
A gente se apresenta com o crachá, mas esquece da cor favorita, do medo bobo, da mania estranha, da risada alta, do sonho antigo, do gosto musical duvidoso.
Esquece que é gente.
Porque ser alguém fora do trabalho dá medo.
Parece que se a gente não mostrar produtividade, ninguém vai querer ficar.
Mas quem te ama só pelo que você entrega, nunca te amou de verdade.
A real é que é difícil mesmo se apresentar sem envolver trabalho.
Porque por muito tempo a gente acreditou que valor era igual a função.
Mas talvez o maior luxo dessa geração seja poder dizer:"Oi, prazer. Eu sou uma pessoa curiosa, que ama andar descalça, cantar no banho, rir alto, e às vezes chora vendo vídeo de gatinho."
Talvez a gente precise aprender a se apresentar como quem se convida pra viver.





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