Por onde anda a nossa criança corajosa?

Você lembra de quando a gente era criança e achava que podia tudo? Subir na árvore mais alta do quintal, correr na chuva sem medo de ficar resfriado, fazer uma cabana no meio da sala e chamar de “casa nova”? A gente tinha essa confiança descomunal, como se o mundo fosse só um enorme playground esperando pra ser explorado.

Então, o que aconteceu? Onde foi parar essa criança corajosa que morava dentro da gente? Será que a gente cresceu tanto que deixou ela no parquinho do passado, junto com os brinquedos que não cabem mais? Ou será que ela se escondeu debaixo das responsabilidades, das contas a pagar, dos boletos atrasados e das expectativas de ser “adulto”?

A verdade é que crescer vem com um bocado de rótulos. De repente, nos disseram que coragem é só pra grandes heróis, pra quem enfrenta dragões de verdade. Mas e a coragem de ser a gente mesmo, de escolher o caminho menos óbvio, de seguir nossos sonhos mesmo quando todo mundo acha meio maluco?

Às vezes, é mais fácil deixar a nossa criança corajosa guardada, porque o mundo dos adultos não parece tão seguro assim. Mas será que é isso mesmo que queremos? Passar a vida toda fingindo que não tem uma parte da gente que ainda quer dançar no meio da rua, usar meias coloridas, pintar o cabelo de azul, ou largar tudo e viajar o mundo só com uma mochila nas costas?

Talvez a gente só precise de um empurrãozinho pra reencontrar essa criança que a gente era. Aquela que acreditava em super-heróis, que não tinha vergonha de dizer o que sentia, que fazia amizade com desconhecidos no parque e inventava histórias com finais felizes.

A real é que a nossa criança corajosa ainda tá aqui, só esperando a gente lembrar dela. Porque coragem, no fim das contas, é só a gente acreditando um pouco mais em quem somos de verdade. Bora chamar ela pra brincar de novo?