O manual não oficial da praia que só o brasileiro tem.
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- 17 de jun.
- 3 min de leitura
Tem coisa mais brasileira do que um dia de praia? Não importa se você é do sul, do nordeste ou do sudeste… quando o assunto é estender a canga na areia, a gente vira especialista. Existe um código de conduta, um ritual, quase uma coreografia coletiva que a gente segue sem nem perceber. Um manual não oficial que todo brasileiro já nasce sabendo (ou aprende rapidinho na primeira ida ao litoral). E cá entre nós: é esse jeitinho que faz da nossa praia um espetáculo à parte.

1. A escolha estratégica do território.
Pra começo de conversa, brasileiro não chega na praia e simplesmente escolhe qualquer lugar pra ficar. Existe todo um estudo de campo: tem que analisar a sombra, o vento, a inclinação da areia e, claro, a distância do vendedor de picolé. Tem quem prefira perto da água (pra refrescar rápido) e quem prefira mais longe (pra fugir da maré alta). E se tiver um grupo grande? Já vira quase um condomínio de guarda-sóis.
2. O kit sobrevivência.
O brasileiro não vai à praia, ele se muda temporariamente pra ela. É cadeira de alumínio, cooler lotado, canga, caixa de som, protetor solar fator 50 e aquele guarda-sol que já viu dias melhores, mas segue firme. Fora o isopor com cerveja gelada e o famoso “salgadinho de vento” (vulgo batata chips que chega toda quebrada, mas ninguém recusa).
3. As trilhas sonoras que a gente não escolheu, mas ama odiar.
Todo mundo tem o amigo que leva a caixinha de som. Se não for o seu grupo, vai ser o da barraca ao lado. Prepare-se para ouvir do pagodinho ao piseiro, passando pelo funk proibidão e, dependendo da sorte (ou azar), até um sertanejo sofrência de quem tá vivendo um término ali, de frente pro mar. Reclamar? Jamais. Faz parte do pacote.
4. O desfile dos ambulantes (e suas frases de efeito).
“Olhá o picolé!”
“É o queijinho coalho, na brasa, na manteiga, no amor!”
“Camaronê, camarão!”
Os vendedores ambulantes da praia merecem um capítulo à parte. Eles passam o dia desfilando pela areia com seus gritos de guerra que já viraram trilha sonora oficial do verão. Tem milho verde, tem mate gelado, tem açaí, tem canga, tem biquíni… se bobear, você chega na praia só com o protetor e volta pra casa com compras pra semana inteira.

5. A hora da selfie (com o sol de 12h batendo na testa).
Pode reparar: tem sempre alguém posando pra foto de frente pro mar com legenda tipo “gratidão” ou “vibes”. Não importa se tá derretendo de calor ou com o cabelo todo bagunçado pelo vento. A foto é obrigatória. Se não postou, nem foi à praia.
6. O pós-mar: a dança do desespero pra tirar a areia.
Aqui não tem escapatória. Pode ser com o chinelo, com a mão, com o sopro, com o pano… ou até aquele truque de jogar água na perna e sair andando como se nada tivesse acontecido. Fato é que você vai levar metade da praia pra casa, e só vai perceber quando for tomar banho.
7. O fechamento de ouro: o pôr do sol coletivo.
Se a sua praia for daquelas que dá espetáculo no fim do dia, aí vem o gran finale: todo mundo parado, olhando o sol se pôr, como se o mundo tivesse entrado em câmera lenta. Aplausos? Tem também. Afinal, a gente sabe curtir os pequenos grandes momentos.
No final das contas, o brasileiro não vai só à praia. Ele vive a praia. Com toda bagunça, com toda alegria, com toda a alma de quem sabe transformar areia, sal e sol em um dos melhores rolês da vida.




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