O lado bom de ter conhecido o inferno é que conhecemos a saída.
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- 20 de mai.
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Tem gente que tem medo de descer. Medo de olhar pro abismo, medo de cair, medo do escuro, medo de sentir. E eu entendo. O fundo do poço tem eco. A alma grita e ninguém responde. É úmido, é gelado, é solitário. O inferno da gente não tem demônio de tridente, tem solidão, ansiedade, falta de ar, coração acelerado, medo de viver e, às vezes, medo de não viver também.
Mas o que ninguém conta (e eu vim aqui contar), é que tem uma parte boa de ter passado por lá: a gente aprende o caminho da volta.
A gente conhece a saída.

Depois de um tempo no caos, você começa a entender que não é sobre sair correndo, porque às vezes nem força tem. É sobre rastejar com dignidade. É sobre se arrastar com esperança. É sobre olhar pro lado e ver que tem mais gente ali, e que ninguém sai sozinho. Que às vezes é uma mão estendida, uma música certa, uma conversa torta, uma fé que você nem lembrava mais que tinha.
O inferno ensina. Machuca, mas ensina. Ensina a identificar o cheiro da fumaça antes do incêndio. Ensina a ouvir o corpo antes do colapso. Ensina a valorizar o simples: o dia que começa calmo, o café que aquece, o silêncio que abraça. E, principalmente, ensina a respeitar os próprios limites, a dizer "não", a priorizar a própria sanidade.
E olha... depois que a gente sai, fica mais fácil reconhecer os atalhos que levam de volta pra lá. E aí a gente evita. Ou, se não evita, se prepara melhor. Vai com lanterna, vai com fé, vai com rede de apoio. Porque o inferno pode até tentar, mas agora a gente sabe o caminho da luz.
Então se você tá aí, no escuro, achando que não tem saída… respira. Tem sim. E quando você encontrar, vai se orgulhar tanto de ter sobrevivido, que vai começar a ajudar os outros a saírem também. E isso, meu bem, é bonito demais.
No fim das contas, a gente entende: conhecer o inferno não foi o fim. Foi só o começo de uma versão muito mais forte da gente. E isso ninguém tira.
Você voltou. E isso já é tudo.




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