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De onde nasce esse vazio de domingo?

  • Foto do escritor: Home e  Marketing
    Home e Marketing
  • 17 de jun.
  • 2 min de leitura

Tem uma hora no domingo que o tempo fica meio torto. Não é de manhã, que ainda tem cheiro de café e de pão na chapa com requeijão. Nem é o começo da tarde, quando ainda dá pra fingir que o fim de semana tá ali, vivo e respirando. O vazio de domingo geralmente aparece ali pelas quatro, cinco da tarde. Quando o sol começa a baixar e a gente sente no ar aquela mistura estranha de fim e começo.


Mas de onde nasce esse vazio? Por que justo no domingo?


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A resposta pode estar em vários lugares. Talvez seja culpa daquele senso coletivo de que todo mundo, ao mesmo tempo, tá voltando de alguma coisa: da casa da avó, do churrasco, da praia, ou até mesmo de uma maratona de séries no sofá. A cidade inteira desacelera. O feed das redes sociais diminui o ritmo. O delivery atrasa porque os motoboys também são humanos e estão, sabe-se lá, encarando o próprio vazio de domingo.


Talvez seja porque o domingo carrega a despedida de tudo que foi leve. A liberdade das noites de sexta, a euforia preguiçosa do sábado, o café demorado da manhã. Domingo é o lembrete de que amanhã tem despertador, reunião no calendário, fila no trânsito e boleto no app do banco.


E tem também o peso do "não fiz nada", aquela autocrítica silenciosa que sussurra que o domingo deveria ter sido mais produtivo, mais feliz, mais instagramável. Como se fosse uma competição de quem vive melhor o próprio lazer. Como se fosse proibido só... existir.

No fundo, o vazio de domingo é um pouco disso tudo: uma mistura de ansiedade pelo que vem, saudade do que passou e um certo incômodo com o presente que insiste em ser lento. Um convite meio disfarçado pra olhar pra dentro e perguntar: tá tudo bem aí?


Talvez o antídoto não seja encher a agenda de rolês ou de metas. Talvez seja aceitar que o domingo também é esse espaço meio suspenso entre o descanso e a vida real. E que tudo bem sentir esse vazio de vez em quando. Ele passa. Como o domingo. Como tudo.


Até porque… segunda-feira tá logo ali, pronta pra ocupar a cabeça com outras urgências.

 
 
 

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