top of page
Buscar

Como a cultura que vivemos molda a moda e o nosso estilo?

  • Foto do escritor: Home e  Marketing
    Home e Marketing
  • 20 de set. de 2024
  • 4 min de leitura

O Brasil é um dos países com maior diversidade cultural, em um único país temos tantos costumes, tradições, vestimentas e culinária tão diferentes. Mas como isso influencia a nossa maneira de se vestir? Quanto da nossa cultura carregamos em nossos looks na hora de se apresentar ao mundo?


Bom meus caros leitores, essa escritora que vos fala tem o orgulho de dizer que sou gaúcha e com isso carrego muitas características do meio em que eu cresci.

De Norte a Sul do nosso país temos diversidade que vai além da geográfica, incluindo as diferenças  meteorológicas, festivas, de costumes e principalmente de roupas.


ree

No Rio Grande do Sul devido às grandes ondas de frio intenso chegando a temperaturas negativas e podendo até nevar em cidades serranas, os trajes típicos, Pilchas, assim chamados compõe sempre de muitos tecidos, muitas camadas de roupas e feito de um material confortável para que se pudesse passar horas em cima de um cavalo mas ao mesmo tempo com muita fabricação em couro para que pudesse se isolar o frio e as águas.


Os vestidos de Prenda (roupa feminina) se remete muito aos trajes do período colonial e imperial, são sempre saias bem rodadas e longas, mangas longas e uma modelagem que valoriza as curvas da mulher com elegância e decoro. Os penteados são sempre muito delicados mas em grande maioria prendendo o cabelo todo para facilitar nas cavalgadas.


Já a Pilcha masculina é composta por bombachas (calças mais folgadas na região das coxas tendo um punho no tornozelo para que não prendesse na encilha do cavalo) o uso de camisas para trazer o ar de clássico, os lenços que não só aquecem mas trazem a representação dos ancestrais, afinal cada cor de lenço representava um determinado lado de grupo na guerra, e também fazem referência a questões sociais como o lenço preto para quem está de luto ou as maneiras em que é realizado o “nó” podendo identificar se é um homem casado, solteiro ou viúvo. Em ambos os trajes temos o costume de chapéus e palas para aqueles dias mais frios e ensolarados.


ree

Mas afinal o que tudo isso afeta na moda atual? Foi pensando nisso que visitei pela primeira vez o “Minas Tchê”, uma feira de exposição que traz tudo de melhor da gastronomia, vestimenta, fabricação e cultura gaúcha aqui em Uberlândia e pude entrevistar alguns comerciantes do Sul. Com isso conheci o Júlio César, consultor de moda que está em Minas a 7 dias exclusivamente para a feira, ele trouxe a “LZ Couros” uma marca de Gramado -RS que trabalha exclusivamente com produtos em couro. Em nossa conversa, Julio me contou um pouquinho da sua experiência em relação à moda com a Cultura sulista. “O vestuário gaúcho trouxe uma visão de moda diferente, porque hoje a bombacha não é algo somente do gaudério, ela virou uma febre se espalhando pelo Brasil, compondo looks que não necessariamente sejam típicos. Tiramos algo regional e trouxemos para a cultura mundial mesmo.” disse o consultor quando questionado como que a cultura gaúcha afetava no seu dia a dia e em sua personalidade.


Quando questionado sobre o uso próprio, o nosso entrevistado disse que ao escolher seus looks dá preferência para lenços, boina gaúcha, principalmente peças em couro e calças cenouras que remetem às bombachas, pois é uma forma de ter o RS perto dele que viaja tanto. Assim como Júlio, para essa escritora o impacto da cultura veio de uma forma bem direta, por ter crescido maior parte da vida rodeada destas tradições, adquiri uma preferência por saias longas evasê ou rodadas, o uso de lenço no pescoço, no braço e na cabeça de diversas maneiras diferentes é algo que sempre vemos em meus looks, camisas e chapéus também não ficam de fora.


Porém por não morar mais na mesma região as poucas vezes em que me pilcho tipicamente fora do meu estado ainda gera certa estranheza a quem vê, e lembro da sensação que era viver a semana farroupilha no RS, lembro da primeira vez que vesti um vestido de prenda e me senti uma princesa, mas não uma donzela indefesa, tava mais pra uma “Merida” uma Princesa Valente que sentia poder fazer o que quisesse.


E isso meus caros, sem dúvida é uma das grandes influências da cultura na moda e da moda local na nossa personalidade. Até hoje, quando tenho um dia difícil em que me sinto incapaz, chego em casa, coloco meu vestido de prenda, ligo uma vanera (música gaúcha), faço um chimarrão e ali, dentro das quatro paredes de minha casa em Minas Gerais sinto um pouquinho do meu Rio Grande do Sul, a prenda que fui quando criança me traz de volta a força e esperança de que posso ser o que eu quiser.


ree

Uma roupa carrega muito mais do que tecidos, texturas, estampas e linhas, um traje carrega uma história, um sentimento, uma saudade e uma força que todos deveriam experimentar.

Então meus caros “viventes", se me permitem uma dica, pegue aquele dia que foi uma “bucha”, que tu chega todo “esgualepado” em casa, coloque a vestimenta que tu mais goste, que se sinta mais guapo, escute um “modão” que te console, toma um “trago” da “pinga” que te agrada e viva a sua cultura, porque cultura não é apenas regional é pessoal também, é tudo que se faz em continuidade que te traga alegria e aconchego.

 

E lembre-se, moda é muito além de só roupas, beijinhos da Gringa e até a próxima.

 
 
 

1 comentário


Convidado:
22 de set. de 2024

Obrigado pelo Conteúdo enriquecedor!

Curtir

Queremos saber o que você pensa.

© 2024 por Uai Acontece. Orgulhosamente criado para você.

bottom of page