A geração 'mimimi' que está revolucionando a moda em nome do planeta.
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- 6 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Você já se perguntou quantos litros de água é utilizado para fabricação de uma única peça de roupa? Ou quantos recursos da natureza são retirados para construção de um único traje? Ou pior, você já pensou pra onde vai aquelas peças que você não quer mais, não doou e apenas jogou fora? E qual é o impacto delas no seu dia a dia?
É isso que as novas gerações vêm se perguntando cada vez mais e com isso o número de usuários de brechós vem crescendo a cada dia. A geração considerada a mais crítica e a do “mimimi” na verdade vem sendo uma das que mais tem se preocupado com o meio ambiente, nota-se que devido as últimas catástrofes naturais como alagamentos, as enchentes no Rio Grande do Sul e até mesmo as queimadas no país todo em específico aqui na nossa cidade é um questionamento que tem se espalhado entre os jovens. Como é feita a decomposição desses tecidos e o quanto isso agravou o nosso solo ao longo dos anos e hoje está reverberando e auxiliando para que ocorra tantos desastres naturais? Pode não parecer, mas está tudo interligado.

Para se ter uma ideia só o plantio do algodão gasta 4.247 litros de água para produzir apenas uma peça do vestuário, agora imagine isso multiplicado pela quantidade de indústrias e fábricas que produzem milhares e milhares de peças por mês. Além disso, temos a questão dos maquinários e tudo que é utilizado para essa grande fabricação em massa que depois é jogado no meio ambiente como poluição pelo ar, mares e rios.
E o que acontece com aquelas peças que não são repassadas ou reutilizadas? Na maioria dos casos vão para lixões públicos e depois para aterros voltando pro nosso solo, e levando cerca de 200 anos para se desintegrar. Ou seja, atualmente estamos sofrendo consequências de lixos têxteis de mais de 200 anos atrás, numa época que o consumo e as vestimentas não eram tão cíclicos e voláteis como são agora. Consegue imaginar o quão pior será isso daqui a 200 anos?
É pensando nisso que as novas gerações têm trazido a tendência de “Roupa usada está na moda". Claro que o fator sustentabilidade não é o único motivo, o custo-benefício, a exclusividade e o acesso a grandes marcas também se tornam muito atrativos. Mas só o fato de vermos os mais novos se questionando sobre questões tão importantes já nos dá uma pontinha de esperança para um futuro mais consciente.
O retorno da “era dos brechós” tem sido benéfico não apenas para o meio ambiente no futuro mas também aos amantes de moda jovens com poucos recursos financeiros e com uma identidade própria. Afinal, neles você encontra peças vintages, com tecidos, cortes e modelagens que eram fabricados por costureiras independentes ou modistas e que não se fazem mais nas grandes fábricas. Além de termos acessos àquelas marcas queridinhas como Zara, Dior, Chanel, Carmen Steffens, Morena Morango, entre outras, por um valor que cabe no seu bolso.

E se você ainda for daquelas pessoas melancólicas como essa escritora que vos fala, pode imaginar a história por trás daquela peça. Já pensou que você pode estar usando um corset do período colonial ou um blazer usado em algum acordo importante fechado em nosso país? Gosto de pensar que roupas são muito mais que tecidos e peças, são uma identidade, uma história e uma memória.
Portanto, se você meu caro leitor é daquelas pessoas que não tem apreço por brechós por serem roupas “velhas” ou com uma “energia ruim”, se permita conhecer essa “nova era” de brechós e verá que é muito além disso, são exclusividade, bom gosto, sustentabilidade e upcycling. E a próxima vez que pensar em jogar uma roupa fora pense no que está acontecendo no nosso planeta e verifique se não tem uma alternativa melhor como doar a quem precisa, vender para brechós, “ai mas ta muito velha e rasgada” será que não podemos fazer uma customização? Ou doe a algum estilista que trabalhe nessa vertente, todos os “retalhos” são sempre muito bem-vindos.
Dessa forma você estará ajudando o meio ambiente e promovendo a moda circular, acredito que temos muito a aprender com essa nova geração e quem sabe assim melhorar o futuro para as próximas que virão.
E lembre-se, moda é muito além de só roupas, beijinhos da Gringa e até a próxima.




Adorei o artigo!! Fico muito feliz de ver um assunto tão importante, mas ao mesmo tempo tão negligenciado, como este, sendo discutido!
Parabéns Gringa! Que reflexões bacanas! Todos nós precisamos dar uma pausa na correria do dia a dia e refletirmos sobre que mundo deixaremos para gerações futuras!
Nossa quantas reflexões esse assunto traz, desde valorizar o que se tem, à transformar o que seria lixo (e impacto na natureza) e quanto de economia fazemos ao longo dos anos! Grata por trazer muitas informações impactantes!
Muito bom ver esse tema ganhando espaço no mundo de hoje!!