A beleza está perdendo o medo do corpo
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- há 6 dias
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Por muito tempo, falar sobre suor, acne corporal, odor íntimo ou hemorroidas era quase um pecado social. A beleza se limitava ao que era “apresentável”, o resto, a gente escondia. Mas essa fase está mudando.
Com a ascensão da autenticidade nas redes e o fim da estética ultraperfeita, assuntos antes invisíveis estão ganhando voz. Marcas, criadores e consumidores estão abrindo espaço para conversas reais sobre o corpo, inteiro, com suas texturas, cheiros, manchas e vulnerabilidades.

Quando o tabu vira autocuidado
O mercado de beleza entendeu que o cuidado não é só rosto e cabelo: inclui o que sempre foi varrido pra debaixo do tapete. Produtos para acne nas costas, sabonetes íntimos, desodorantes veganos, cremes para assaduras e até cosméticos para o bumbum viraram parte de um ritual de bem estar completo.
O Boticário, por exemplo, lançou a linha Cuide-se Bem Cereja Livre com sabonetes íntimos e sprays refrescantes. Já a Intimus aposta em campanhas educativas que falam sobre dignidade menstrual e sexualidade real. E não é só sobre vender, é sobre tirar a vergonha do que é natural.
A autoestima agradece
Mostrar peles com acne, axilas com pelos e corpos diversos muda o jogo. Quando você se vê representado, o espelho pesa menos. O impacto é real: estudos ligam o estigma sobre a aparência a baixa autoestima e sintomas de depressão. Falar sobre o corpo com naturalidade é, de certa forma, uma forma de cura coletiva.
Beleza real, dilemas reais
Claro, nem tudo é flores. Existe uma linha tênue entre normalizar e explorar. Quando o marketing promete “clarear tudo”, “secar tudo” e “alisar tudo”, a autenticidade se perde. E, às vezes, campanhas que se dizem “reais” ainda filtram imperfeições, reforçando o mesmo padrão que fingem quebrar.
O que fica
No fim, essa abertura é um respiro. Falar do que era tabu é devolver humanidade ao corpo, lembrar que ele não é um projeto de perfeição, mas uma casa viva.
Para as marcas, é oportunidade de criar com propósito. Para os consumidores, é liberdade de existir como se é: inteiro, com tudo que antes se escondia.
A beleza, afinal, está finalmente deixando de ser uma performance pra ser um diálogo.
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